Leaf Huella de Carbono

Guia para a descarbonização no sector bancário

O conceito de descarbonização passou das periferias da estratégia empresarial para a ribalta das práticas comerciais essenciais. O sector financeiro, em particular, desempenha um papel fundamental na luta contra as alterações climáticas, com o poder de apoiar ou bloquear a transformação ecológica. Embarcar numa viagem rumo a um futuro neutro em termos de carbono desafia os bancos a inovar, adaptar-se e liderar pelo exemplo.

Neste guia abrangente, aprofundamos os aspectos críticos de como os bancos podem não só reduzir a sua pegada de carbono, mas também tornar-se vanguardistas da ação climática através de políticas inovadoras e compromissos proactivos.

Os bancos como actores-chave na descarbonização global

decarbonization

Os bancos já não são meros intermediários financeiros, mas actuam como influenciadores globais e facilitadores da mudança social. Com as suas vastas carteiras de investimento, os bancos têm uma oportunidade única de orientar o capital para o desenvolvimento sustentável e para projectos com baixas emissões de carbono. Esta influência não é apenas um imperativo moral; é uma necessidade estratégica para mitigar o risco e concretizar novas oportunidades de negócio num mercado em rápida transformação.

Preparar o terreno para um sector bancário descarbonizado começa com a formação de alianças fortes entre instituições financeiras, governos e partes interessadas do sector. Como parte desta missão, é fundamental compreender o âmbito total das emissões de carbono associadas às actividades bancárias.

Compreender o âmbito completo da medição

As operações bancárias estão indissociavelmente ligadas a uma multiplicidade de fontes de emissões, frequentemente classificadas em três níveis do protocolo relativo aos gases com efeito de estufa (GEE):

  1. Âmbito 1:Emissões directas de fontes próprias ou controladas, como agências e escritórios bancários.
  2. Âmbito 2:Emissões indirectas da produção de energia comprada, como eletricidade, aquecimento e arrefecimento.
  3. Âmbito 3:Todas as outras emissões indirectas que ocorrem na cadeia de valor de um banco, incluindo as emissões financiadas, que resultam de investimentos e empréstimos servidos pelo banco.

Ao adoptarem uma visão abrangente das emissões, os bancos podem informar melhor as suas operações internas e, ao mesmo tempo, minimizar a intensidade de carbono dos seus produtos e serviços financeiros.

Medição das emissões financiadas: Uma mudança de paradigma na avaliação de riscos

As emissões financiadas, também designadas por “emissões da carteira bancária”, são frequentemente a maior componente da pegada de carbono de um banco. O desafio para os bancos consiste em acompanhar e comunicar com precisão estas emissões, que emanam dos projectos e empresas que financiam. Uma medição rigorosa das emissões financiadas exige uma reimaginação da avaliação do risco de crédito que inclua o risco climático.

A análise destas emissões implica compreender a exposição setorial, regional e empresarial das carteiras de empréstimos dos bancos. Com a ajuda de dados e análises climáticos avançados, os bancos podem identificar e gerir os riscos associados aos activos com utilização intensiva de carbono e antecipar as mudanças do mercado no sentido de uma economia com baixas emissões de carbono.

Mapeamento do seu portfólio: Uma abordagem estratégica

A implementação de um exercício abrangente de mapeamento da carteira é crucial, uma vez que permite aos bancos categorizar as suas exposições a actividades com elevado teor de carbono e insustentáveis. Através da realização de auditorias regulares e do estabelecimento de parâmetros de referência, os bancos podem acompanhar os seus progressos, estabelecer objectivos e ajustar o investimento estratégico e as práticas de empréstimo em conformidade.

Recolher os dados correctos: Uma necessidade para uma tomada de decisão informada

Um bom processo de tomada de decisões requer uma base de dados sólida de emissões de alta qualidade. Os bancos devem estabelecer protocolos para a recolha, verificação e divulgação de dados que estejam em conformidade com os quadros de comunicação estabelecidos, tais como a Global Reporting Initiative (GRI), o Carbon Disclosure Project (CDP) e a Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD).

Medição das emissões da cadeia de abastecimento: Cadeias de impacto

Para além das suas operações directas, os bancos devem também avaliar o desempenho sustentável dos seus fornecedores. Ao medir e reduzir as emissões da cadeia de abastecimento, os bancos podem alargar a sua influência e reduzir o impacto ambiental dos materiais e serviços que adquirem.

Concentrar-se nos fornecedores mais estratégicos: Dando prioridade ao impacto

Nem todos os fornecedores são iguais no que respeita ao seu impacto ambiental. Os bancos devem identificar os fornecedores estratégicos que mais contribuem para a sua pegada de carbono e trabalhar em estreita colaboração com eles para desenvolver e implementar práticas sustentáveis. As políticas de aprovisionamento que favorecem alternativas com baixo teor de carbono podem promover ainda mais a redução das emissões nestas bases de fornecedores.

Definição de objectivos: Objectivos ambiciosos e marcos medidos

A definição de objectivos significativos é um passo crucial na jornada da descarbonização. Os bancos devem adotar uma abordagem baseada na ciência para a definição de objectivos que se alinhe com os acordos internacionais sobre o clima. As metas baseadas na ciência fornecem uma trajetória clara para a redução de emissões que é simultaneamente robusta e alinhada com as vias de transição globais.

Redução colaborativa: O poder das parcerias

Nenhum banco é uma ilha na luta contra as alterações climáticas. A colaboração com os seus pares do sector, clientes, ONG e reguladores pode amplificar o impacto dos esforços de redução das emissões. Esta solidariedade é particularmente potente no desenvolvimento de metodologias comuns, na partilha de melhores práticas e na promoção da inovação na contabilização e redução do carbono.

Empréstimos ligados à sustentabilidade: Incentivar a transformação

Os bancos têm o poder de incentivar o percurso de sustentabilidade dos seus clientes através de produtos financeiros inovadores. Os empréstimos ligados à sustentabilidade associam a taxa de juro ao desempenho sustentável do mutuário, recompensando efetivamente as empresas que atingem os seus objectivos ambientais com condições de financiamento mais favoráveis.

Comunicar os seus progressos: A transparência como catalisador da mudança

A comunicação regular e transparente dos esforços de descarbonização é essencial para criar confiança junto das partes interessadas e demonstrar a eficácia das iniciativas de sustentabilidade. Uma comunicação padronizada e clara sobre as acções tomadas, os progressos alcançados e os desafios enfrentados pode ajudar a reforçar a reputação de um banco e promover a responsabilização.

Adoção dos regulamentos relativos à sustentabilidade financeira

À medida que a comunidade internacional se galvaniza em direção a um futuro de emissões líquidas nulas, os enquadramentos regulamentares em todo o mundo estão a evoluir para refletir a urgência de enfrentar as alterações climáticas. Cumprir e, muitas vezes, exceder esses padrões não é apenas um exercício de conformidade, mas também um imperativo estratégico que garante que os bancos estejam bem posicionados para a transição de baixo carbono.

Tirar partido da tecnologia para um futuro mais verde

A tecnologia, particularmente os canais digitais e a análise de dados, pode melhorar significativamente os esforços de descarbonização de um banco, melhorando a eficiência, reduzindo o desperdício e permitindo uma tomada de decisão mais informada. Os investimentos em plataformas inovadoras de contabilização de carbono e tecnologia de finanças sustentáveis (Sustainable Finance-as-a-Service, ou SFAAS) são parte integrante do conjunto de tecnologias em evolução de um banco.

Facilitar o financiamento da tecnologia climática

Os bancos têm uma oportunidade única de promover o crescimento do sector emergente das tecnologias climáticas, fornecendo financiamento especializado e serviços de consultoria. Ao apoiarem soluções inovadoras que respondam ao desafio climático, os bancos podem não só catalisar o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, mas também criar novos fluxos de receitas.

Em conclusão: Alinhar o lucro com o planeta

A jornada para descarbonizar o sector bancário é uma jornada de reinvenção estratégica, inovação tecnológica e transformação colaborativa. Com um roteiro claro que engloba a medição, a redução e a divulgação, os bancos podem liderar o caminho para um futuro mais sustentável, resiliente e rentável.

Para os bancos prontos para dar passos decisivos em direção à descarbonização, parceiros como a Leaf Sustainable Impact são essenciais. A Leaf oferece um conjunto de produtos e serviços inovadores concebidos para capacitar os bancos na sua jornada rumo à sustentabilidade ambiental. Com experiência em contabilidade de carbono, monitorização de emissões e implementação de tecnologia sustentável, a Leaf dedica-se a apoiar a transição do sector bancário para um modelo de baixo carbono e elevado impacto.

À medida que avançamos para esta nova era de responsabilidade ambiental, cada decisão que tomamos, cada objetivo que estabelecemos e cada tecnologia que adoptamos aproxima-nos de uma realidade de zero emissões líquidas. Chegou o momento de os bancos não só abraçarem esta mudança, mas também de a impulsionarem com a urgência e a inovação que a crise climática exige. Juntos, podemos fazer das finanças uma força para o bem na luta contra as alterações climáticas.

O percurso inspirador de Natalia Drault desde que começou numa fábrica de curtumes até se tornar directora de operações da Leaf. A sua história destaca a importância da adaptabilidade e da aprendizagem contínua, oferecendo lições valiosas para profissionais e académicos no dinâmico mundo do trabalho.

O futuro das finanças: o caminho estratégico dos bancos para a conformidade com o Net Zero. Descubra como os bancos podem liderar o caminho para um futuro sustentável, alinhando-se com a Net Zero Banking Alliance.

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